segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Augusto Joaquim

Para a Hora de Ler
De vez em quando,algures, o mundo começa.
Sim, isto. O chão debaixo dos pés, o céu por cima, as relações com os bichos. A paisagem tem outra luz ou desaparece. O cosmos caseiro dos homens altera-se. E eles mudam entre eles, quase sem se darem por isso. Aglomeram-se anda mais, nascem cidades, os perigos imprivisíveis diminuem, aparecem novas perplexidades. As hierarquias entre grupos humanos modificam-se. Muda a escrita e acelera-se a velocidade. Há novas palavras no ar. Espécies novas ou novas maneiras de as fazer dizer. São antigas mas parecem inaugurais. A partirdesta raiz-mãe imperceptível novas literaturas são construídas. Ao princípio não se dá por nada. è assim que as coisas se passam.
Quando depois se olha, vê-se como tudo e sempre simples. Algo mudou, tudo se modificou, é certo. Unicamente porque mudou o olar de alguem ou nasceu um olhar nvo. Houve ali uma massa de início.(...)
A mensagem demora a chegar, como se fosse uma luz de uma estrela. Mas acaba por chegar.

Augusto Joaquim."

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