segunda-feira, 25 de outubro de 2010

CAÇADOR

Parece monotonia, uma espera sem fim. Mais o pior é não saber exatamente o que espero.
Enquanto o tempo vai passando fico assim como um caçador a espreita da presa.
Mas estou consciente que a presa sou eu. Então nao é monotomia é inércia, pois tenho conciência de que não vou conseguir evitar o confronto.
Meu tempo escoa, e eu percebo que já não me importo com o desconforto em que me encontro.
Espero ,no silêncio, tenho lembranças, não me fazen companhia, apenas estão ali registradas, como um albun de fotos que a gente guardou para ver como eramos jovens e cheio de esperança, Desliso pela casa como se ela fosse uma rampa lisa e longa. Não tenho bagagem, vou por um caminho que não sei onde vai chegar, mas sigo por ele pois não tenho, ou não sei qual é a outra opção para mudar.
Escuto um som, é o vento, ele desfaz meus cabelos, me faz tremer, não é de medo, não tenho medo, o pior já aconteceu.
Agora o vento traz um cheiro que me envolve perfumando minha pele. O cheiro me faz lembrar de minha mãe, cheiro de comida, aquela que ela fazia nos domingos, macarrão com caldinho de frango frito, enfeitado com ovos cozidos.
Agora o vento traz a chuva, molha meu rosto, me faz lembrar das lágrimas da minha mãe, da minha irmã.
Olho em minha volta, percebo que o tempo passou sem que eu percebece, que não foi só para mim, passou pra minha filha, para minha mãe, para minha irmã.
Agora vem o sol, a terra molhada traz um cheiro de capim, aquele cheiro que eu gostava de sentir quando estava na roça.
Percebo que estou sozinha, como uma presa escondida de seu caçador.
Em silêncio espero

Um comentário:

  1. ai mae para, nao gosto quando voce escreve coisas tristes.... mas mesmo assim, escreve muito bem. amanha estaremos juntas. beijos! te amo!

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